quinta-feira, 21 de junho de 2007

Chirgilchin (throat singing)

Da remota e isolada República Russa de Tuva, entre a Mongólia e a Sibéria, a mítica música ancestral do folclore asiático interpretada pelos exóticos “Chirgilchin”. Semelhante à música mongol e aos cantos budistas tibetanos, a música de montanha de efeitos etéreos, que o grupo “Chirgilchin” apresenta baseia-se em cinco variantes diferentes de “throat singing”, uma forma de canto tradicional que se desmultiplica em várias tonalidades vocais, e utiliza o cavalo como inspiração para os seus ritmos vocais e percussivos.

Atmosférica e hipnótica, a “throat singing”, apesar de difícil de definir por palavras, pode descrever-se como uma música produzida pelo ressonar de sons baixos na garganta, criando uma assombrosa melodia, muito semelhante ao som de uma flauta.



Reconhecido como o nome mais emergente da musicalmente fértil cidade de Kyzyl, “Chirgilchin”, que em tuvano significa “milagre”, é constituído por quatro elementos, designadamente por Mongoul-Ool Ondar, exímio praticante de seis estilos de “throat singing”; Aldar Tamdyn, director da National Tuvan Orchestra of Tradicional Instruments e vencedor do Festival Internacional de Música Popular de Tuva na categoria de melhor instrumentista, e também ele o artesão de todos os instrumentos usados pelo grupo; Igor Koshkendey, solista do grupo e vencedor do “Grand Prix of International Competition of Throat Singing” em 1998; e Aidysmaa Koshkendey, único elemento feminino da formação e também ela vencedora de várias competições de canto em Tuva.



Arte ancestral, mágica e repleta de enigmas e mistérios, o “throat singing” de Tuva representa uma das mais fascinantes formas musicais em vias de extinção. Baseando a sua arte numa sofisticada técnica em que são explorados os harmónicos vocais, manipulando volume e timbre com a posição da boca e da língua, os representantes desta arte causam grande impacto no Ocidente pela espectacularidade das suas actuações.



Reprimida ao longo dos anos, foi com a queda da União Soviética que a mítica música ancestral tuvana recuperou a identidade e conquistou uma nova margem de progressão que hoje se reflecte nas inúmeras digressões internacionais que já levaram os “Chirgilchin” a actuar para centenas de plateias lotadas em Itália, Bélgica, Holanda, França, Finlândia, Noruega, Estados Unidos da América, Nova Zelândia ou Canadá, entre outros.

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