quarta-feira, 27 de junho de 2007

Ali Farka Touré

Pioneiro de uma linguagem nascida dos blues, em diálogo com heranças profundas das músicas do Mali, Ali Farka Touré foi um dos primeiros músicos de latitudes e longitudes exteriores aos eixos convencionais do mundo pop/rock com quem Ry Cooder trabalhou. O músico, de 67 anos, morreu em Março de 2006, de "doença prolongada", na sua casa, no Mali.

Ali Farka Touré não será contudo apenas lembrado como músico. Os tuaregues do norte do Mali recordá-lo-ão sempre como um dos que mais activamente lutaram pela paz durante a rebelião que protagonizaram nos anos 90. Eleito Presidente da Câmara da sua cidade natal, Niafunke (nas margens do Níger), deu também sinais de fuga ao livro de estilo habitual nos políticos.


Com discos lançados internacionalmente desde os anos 80, só em 1994 a sua música mereceu transversal e unânime reconhecimento. Talking Timbuktu afirmou-se como registo de referência no panorama da world music. Esse álbum, assinado em parceria com Ry Cooder, valeu-lhe um Grammy, prémio que repetiu no ano passado, com In The Heart Of The Moon, de parceria com outro nome famoso da música do Mali: Toumani Diabate.


Touré partilhava com outros músicos, entre os quais John Lee Hooker, um gosto por vozes profundas e ritmos mid-tempo, tocando frequentemente com acompanhamentos discretos e reduzidos ao essencial. Contudo, e apesar das marcas evidentes de linguagens "rotuladas" como bluesy na sua música, defendeu sempre que tinha raízes em tradições musicais do Norte do Mali, mais que de ecos colhidos nos Estados Unidos. Espantosamente, Ali Farka Touré era mais conhecido no estrangeiro do que no Mali...

quinta-feira, 21 de junho de 2007

Chirgilchin (throat singing)

Da remota e isolada República Russa de Tuva, entre a Mongólia e a Sibéria, a mítica música ancestral do folclore asiático interpretada pelos exóticos “Chirgilchin”. Semelhante à música mongol e aos cantos budistas tibetanos, a música de montanha de efeitos etéreos, que o grupo “Chirgilchin” apresenta baseia-se em cinco variantes diferentes de “throat singing”, uma forma de canto tradicional que se desmultiplica em várias tonalidades vocais, e utiliza o cavalo como inspiração para os seus ritmos vocais e percussivos.

Atmosférica e hipnótica, a “throat singing”, apesar de difícil de definir por palavras, pode descrever-se como uma música produzida pelo ressonar de sons baixos na garganta, criando uma assombrosa melodia, muito semelhante ao som de uma flauta.



Reconhecido como o nome mais emergente da musicalmente fértil cidade de Kyzyl, “Chirgilchin”, que em tuvano significa “milagre”, é constituído por quatro elementos, designadamente por Mongoul-Ool Ondar, exímio praticante de seis estilos de “throat singing”; Aldar Tamdyn, director da National Tuvan Orchestra of Tradicional Instruments e vencedor do Festival Internacional de Música Popular de Tuva na categoria de melhor instrumentista, e também ele o artesão de todos os instrumentos usados pelo grupo; Igor Koshkendey, solista do grupo e vencedor do “Grand Prix of International Competition of Throat Singing” em 1998; e Aidysmaa Koshkendey, único elemento feminino da formação e também ela vencedora de várias competições de canto em Tuva.



Arte ancestral, mágica e repleta de enigmas e mistérios, o “throat singing” de Tuva representa uma das mais fascinantes formas musicais em vias de extinção. Baseando a sua arte numa sofisticada técnica em que são explorados os harmónicos vocais, manipulando volume e timbre com a posição da boca e da língua, os representantes desta arte causam grande impacto no Ocidente pela espectacularidade das suas actuações.



Reprimida ao longo dos anos, foi com a queda da União Soviética que a mítica música ancestral tuvana recuperou a identidade e conquistou uma nova margem de progressão que hoje se reflecte nas inúmeras digressões internacionais que já levaram os “Chirgilchin” a actuar para centenas de plateias lotadas em Itália, Bélgica, Holanda, França, Finlândia, Noruega, Estados Unidos da América, Nova Zelândia ou Canadá, entre outros.

SONHO...

"I have a dream"!!! Quem é que nunca ouviu está frase??? Para os mais distraídos posso dizer que foi Martin Luther King quem a proferiu em Agosto de 1963, na cidade de Washington D.C. (E.U.A.).


Mas não é sobre esse SONHO que pretendo falar, mas sim sobre um só meu. Quero partilhar, convosco e em especial com uma linda GATINHA, o meu sonho de conhecer a TANZÂNIA.
Para quem desconhece a Tanzânia é um país da África Oriental, limitado a norte pelo Uganda e pelo Quénia, a leste pelo Oceano Índico, a sul por Moçambique, pelo Malawi e pela Zâmbia e a oeste pela República Democrática do Congo (fronteira exclusivamente lacustre, através do Lago Tanganica), pelo Burundi e pelo Ruanda. O país inclui também o arquipélago de Zanzibar, no oceano Índico.


Um pouquito de história!!!



A Tanzânia foi uma colónia alemã desde a década de 1880 e 1919. Foi colónia britânica entre 1919 e 1961. Pouco depois da independência, o Tanganhica e Zanzibar fundiram-se para criar a nação da Tanzânia, a 26 de Abril de 1964. O regime de partido único chegou ao fim em 1995, ano em que se realizaram as primeiras eleições democráticas no país desde a década de 1970.


Algo de magnífico existe neste país, sim, estou a falar do belo Monte Kilimanjaro. O Kilimanjaro situa-se no norte da Tanzânia, junto à fronteira com o Quénia. É o ponto mais alto de África, com uma altitude de 5895 m. Este antigo vulcão, com o topo coberto de neves eternas, ergue-se no meio de uma planície de savana, oferecendo um espectáculo único.

O Monte e as florestas circundantes, com uma área de 75.353 ha possuem uma fauna rica, incluindo muitas espécies ameaçadas de extinção e constitutem o Parque Nacional do Kilimanjaro, que foi inscrito pela UNESCO em 1987 na lista dos locais que são Património da Humanidade.




Em Agosto de 2008 espero estar a passear neste belo país africano, acompanhado de uma linda GATINHA!!!




terça-feira, 19 de junho de 2007

Xavier Rudd



Xavier Rudd é um músico australiano nascido no ano de 1978 em Torquay, na costa sul de Victoria. Pode dizer-se que é uma banda em pessoa, já que toca todos os instrumentos, tanto em estúdio como nas suas actuações ao vivo: guitarra acústica, guitarra eléctrica, bateria, harmónica, didgeridoo e banjo, ao mesmo tempo que agita vários sinos ou pequenos badalos presos nas pernas.



Depois de “To let” (2002), lançou, em Agosto de 2005 o seu segundo álbum de originais: “Solace”. Neste álbum Rudd grava cada tema como se fosse tocado ao vivo para transmitir toda a sua força e energia. O didgeridoo e a percussão que imprimiram a “To Let” um travo quase étnico estão lá, mas em doses mais moderadas, o que torna este disco mais homogéneo mas também menos invulgar do que o seu predecessor.



As suas letras abordam temas como os maus tratos aos indígenas aborígenes da sua pátria e as suas canções incidem sobre a humanidade, a espiritualidade e o ambiente; são canções compassivas e encorajadoras de como celebrar a vida.



O que se torna impressionante, é o facto de este músico ter a capacidade de tocar percursão e guitarra em simultâneo e o talento de introduzir o som poderoso e assombroso desse fantástico instrumento, o didgeridoo, de forma harmoniosa com os restantes instrumentos.



Quem é apreciador de Jack Johnson, Ben Harper, John Butler Trio, Donavon Frankenreiter, vai gostar de conhecer a música de Xavier Rudd.

quinta-feira, 14 de junho de 2007

TINARIWEN

Sem nunca os ter visto ao vivo, apaixonei-me pelas suas canções assim que as ouvi!!!
Poderia estar aqui a falar dos mais variados grupos, mas estou concretamente a falar dos TINARIWEN.
Neste momento alguns estarão a perguntar-se: “Estamos a falar de quê???”
Os Tinariwen são um grupo originário do Mali (país africano limitado a oeste e norte pela Mauritânia, a norte pela Argélia, a leste pelo Níger, a sul pelo Burkina Faso, pela Costa do Marfim e pela Guiné e a oeste pelo Senegal. Capital: Bamako), com canções que valem a pena perdemos algumas horas.
Os TINARIWEN vêm do deserto do Sahara mas não são tuaregs, são imajeghen ("homens livres"). A sua história é digna de ser contada!!! A formação actual é constituída por Hassan, Abdallah, Mina, Wounou, Eyadou, Saïd e Elaga. A não perder…

Didgeridoo!!!


O Didgeridoo é um instrumento de sopro, utilizado pelos Aborígenes australianos, que tem como principal característica o som grave, ressonante e rico em harmónicos.


Pois bem, vou informando que já existe a Associação Portuguesa de Didgeridoo.

Espero que gostem e até lá sempre podem ouvir este belo som no youtube, para isso Toc' Aqui!!!

segunda-feira, 11 de junho de 2007

"Viajar"


Pessoas que deliram ao observar nuvens, que admiram uma boa trovoada, que imaginam desenhos “com vida”, que vêem coisas onde não existem, pessoas que gostam do normal e adoram o anormal...
Nada melhor do que "viajar"...

domingo, 10 de junho de 2007

História da Loucura


Michel Foucault, professor e filósofo francês, escreveu entre vários temas a História da Loucura.
A filosofia moderna tem em Michel Foucault um de seus pensadores mais representativos, um de seus "clássicos". O livro tem um discurso revolucionário à medida que pôs em xeque concepções longamente confirmadas sob o rótulo de verdades científicas, como no campo da medicina psiquiátrica, em que sua análise crítica atingiu gravemente a operacionalidade terapêutica das noções tradicionais de sanidade e loucura.